sexta-feira, 29 de julho de 2011

O paradoxo da Salvação e Galardão


George Cutting apresentou esta questão de forma bíblica e clara em seu livreto intitulado Segurança, Certeza e Gozo da Salvação. Ele disse que “a obra de Cristo e a salvação do crente ficam de pé ou caem juntas.” Isso é, ensinar que a salvação pode ser perdida é insinuar que a obra de Cristo pode ser também abalada. Ele continua dizendo: “O comportamento do crente e o seu gozo ficam de pé ou caem juntos.” Observe como Sr. Cutting faz distinção entre o gozo da salvação e a certeza da salvaçãoO gozo que está relacionado com o comportamento do crente. “Se fosse possível a obra de Cristo cair (e, graças a Deus, isso nunca, nunca poderá acontecer) a salvação cairia juntamente com ela. Porém, quando tropeça (e importa vigiar porque isso é possível), a sua alegria falta-lhe também.”

Prezado leitor, você vê onde o está erro de muitos filhos de Deus? Eles confundem o gozo com a certeza da salvação. Preste atenção nesta importante definição do Sr. Cutting: “A nossa segurança depende da obra que Cristo fez por nós. A nossa certeza depende da Palavra que Deus fala. O nosso gozo depende de não entristecermos o Espírito que habita em nós.” Se um filho desobedeceu seu pai praticando algo que não é do seu agrado, o que acontece? Ele deixa de ser filho? Não! O parentesco entre eles deixou de existir? De modo nenhum! A comunhão entre ele é que foi rompida. Por isso “parentesco depende do nascimento e a comunhão do comportamento.


O Inferno é a Ameaça? 
Devemos observar que a Bíblia nunca coloca o temor do inferno diante do crente como incentivo para que ele prossiga na fé e tenha um viver santo. A Palavra de Deus declara que o crente que peca é castigado se ele não confessar e abandonar o pecado. A filiação com Deus depende do novo nascimento; a comunhão depende da conduta. Por isso, pode haver união sem comunhão. Cremos que este é o sentido das palavras do Senhor Jesus em João 15:2, 6 e do autor da carta aos Hebreus no capítulo 6:7, 8.

Por outro lado, a vida eterna nunca é colocada diante do santo ou do pecador como recompensa. O CRENTE NÃO SERVE A DEUS PARA ESCAPAR DO INFERNO E NEM PARA GANHAR O CÉU. A vida eterna depende do nascimento de cima, porém, o galardão depende da conduta.


O Galardão de Cristo
A distinção entre dádiva e recompensa (galardão) nas Escrituras é bem clara. A graça é imerecida; é dom gratuito de Deus, recebida pela fé, sem dinheiro e sem preço. Na Graça o melhor serviço é sem valor, a obrigação não é reconhecida e o valor não é considerado. Porém, o Galardão é merecido; é o salário pelo serviço prestado, recebido pelas obras através do labor e sacrifício. No Galardão o menor serviço é lembrado, a obrigação é reconhecida e o valor é considerado.

O Galardão depende totalmente do crente; a Graça depende totalmente de Cristo. O Galardão olha para a fidelidade do crente; a Graça olha para a fidelidade de Deus. O galardão reconhece o mais simples serviço; a Graça ignora o melhor serviço.

A linguagem do Galardão é: “Vosso trabalho de amor.” A linguagem da Graça é: “não vem de vós.” A mensagem do Galardão é: “Servi ao Senhor.” A mensagem da Graça é: “Para aquele que não trabalha.” A voz do Galardão é: “Fostes fiel no pouco.” A voz da Graça é: “Nisto está o amor.”


Que Recompensa Teremos? 

Um dia os discípulos de Jesus Lhe disseram: “Eis que nós deixamos tudo e te seguimos; que recompensa, pois, teremos nós? Ao que lhes disse Jesus: Em verdade vos digo a vós que me seguistes, que na regeneração, quando o Filho do homem se assentar no trono da sua glória; sentar-vos-eis também vós sobre doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel” (Mt 19:27, 28). Os “tronos” são dados como recompensa e não como dádiva. “E todo o que tiver deixado, casa, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou filhos, ou terras, por amor do meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna” (Mt 19:29).

Não devemos nos esquecer que o Galardão é oferecido aos justos; a Graça é oferecida aos perdidos. O Galardão opera entre os salvos, pois Deus não reconhece qualquer valor espiritual nos não regenerados. “Não há ninguém que faça o bem; nem um só.” O Galardão começa a operar aqui e agora: “Ninguém há que tenha deixado casa... que não receba cem vezes tanto, já neste tempo, em casa...” (Mc 10: 29, 30). Todavia, o Galardão não será provado em sua plenitude senão na volta do Senhor Jesus: “Eis que cedo venho e está comigo a minha recompensa para retribuir a cada um segundo a sua obra” (Ap 22:12).


Assim, que as Promessas do Galardão Possam! 

A) Inspirá-lo a Realizar Maiores Tarefas para Deus:
“Amai os vossos inimigos... fazei o bem... e grande será a vossa recompensa” (Lc 6:27, 35); “E aquele que der até mesmo um copo de água fresca... de modo algum perderá a sua recompensa”(Mt 10:42); “Conheço as tuas obras... amor... fé... darei a cada um segundo as suas obras” (Ap 2:19, 23)

B) Inspirá-lo a Sofrer Mais pelo Mestre Amado :
“Bem-aventurados sereis quando... vos odiarem... expulsarem... grande é o vosso galardão” (Lc 6:22:23); “Conheço a tua tribulação... tua pobreza... dar-te-ei a coroa da vida” (Ap 2:9,10);“Combati o bom combate... acabei a carreira... guardei a fé... desde agora a coroa da justiça me está guardada...” (Tm 4:7, 8).

C) Inspirá-lo a Servir Mais ao Senhor da Seara;“Porque o Filho do homem há de vir... e então retribuirá...” (Mt 16:27); “Bem-aventurado aquele servo... quando ele vier... o porá sobre todos os seus bens”(Mt 24:46, 47); “Então veio o tempo... de dares recompensa aos teus servos, os profetas, e aos santos... e reviveram e reinaram com Cristo durante mil anos” (Ap 11:18; 20:4).


Deus é Galardoador As Escrituras ensinam que a vida eterna é alcançada pela graça por meio da fé. Porém, o galardão vem como conseqüência das obras realizadas depois da fé. Todos os que crêem estão participando de uma corrida e são comparados a um atleta que luta, um guerreiro que batalha, um lavrador que semeia um pedreiro que edifica (I Co 9:24-27; II Tm 2:3-6; I Co 3:9-11). Todas estas comparações indicam esforço e descansam sobre a revelação fundamental de que “Deus é galardoador dos que o buscam” (Hb 11:6). “Muitos discípulos ainda têm os olhos cegados para este mistério do galardão, o qual é um mistério aberto na Palavra. Nós entramos (na vida eterna) por meio da justiça imputada, porém, depois de termos entrado por fé as nossas obras é que determinam nosso posto, nosso lugar e nossa recompensa” (A. T. Pierson).

Esta é, sem dúvida, uma verdade para a Igreja de Jesus Cristo. “Eis que cenho venho e está comigo a minha recompensa, para retribuir a cada um segundo a sua obra”(ap. 22:12). A quem o Senhor disse estas palavras? “Eu, Jesus, enviei o meu anjo para vos testificar estas coisas a favor das igrejas” (22:16).


O que Deus Recompensará? Devemos lembrar que a recompensa é como espada de dois gumes: “Vós, servos, obedecei... sabendo que do Senhor recebereis a recompensa da herança; servi a Cristo, o Senhor” porque“quem faz injustiça receberá a paga da injustiça que fez; e não há acepção de pessoas (não há acepção de pessoas para receber segundo as obras) (Cl 3:22-25). Vejamos algumas das coisas que o Senhor há de retribuir naquele dia:

a) Piedade e Conduta Semelhantes de Deus“Amais os vossos inimigos, fazei o bem, emprestai, nunca desanimado; e grande será a vossa recompensa e serei filhos do Altíssimo; porque ele é benigno até para com os ingratos e maus” (Lc 6:35). Aqui a recompensa gira em torno da conduta e caráter à semelhança do nosso Pai celestial. Devemos amar a todos indistintamente assim como faz nosso Pai. Agindo assim é que seremos “filhos” (Ruiós = filhos maduros, grego) do Altíssimo. (Não queri dizer que precisamos das obras para ser filhos, e sim que precisamos delas para sermos FILHOS MADUROS, cf Gl 4.1. O Senhor quer nos preparar para FORMAR A IMAGEM DE SEU FILHO, DE CRISTO, EM NÓS)

b) Devoção Secreta“Mas tu, quando orares, entra no teu quarto e, fechando a porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará”(Mt 6:6). Tal oração será respondida e recompensada.

c) Nossa Atitude de CoraçãoNão julgueis e não sereis julgados... perdoai e sereis perdoados”(Lc 6:37). Um servo do Senhor disse que “nossa vida está colocando, palavra por palavra, à sentença sobre nós nos lábios de Cristo. A bondade e a glória são apenas parte de um todo: a bondade é o lado do sofrimento da glória e a glória é o lado resplandecente da bondade” (D. M. P.).

d) Nosso Serviço“E aquele que der até mesmo um copo de água fresca a um destes pequeninos, na qualidade de discípulo, em verdade em verdade vos digo que de modo algum perderá a sua recompensa”(Mt 10:42). Todo serviço que prestarmos ao Senhor será recompensado. As medidas da recompensa serão devidamente pesadas pelo Senhor: “Quem recebe um profeta na qualidade de profeta, receberá a recompensa de profeta; e quem recebe um justo na qualidade de justo, receberá a recompensa de justo” (Mt 10:41)

Estas declarações manifestam de forma clara a tremenda e bendita verdade conhecida como a “lei da semeadura”: “Tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Porque quem semeia na sua carne, na carne ceifará corrupção; mas quem semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna” (Gl 6:7, 8). Lamentavelmente, quando lemos estas palavras nossas mentes se voltam para o problema do pecado. Entretanto, o sentido aqui é mais amplo, pois Paulo continua dizendo... “façamos o bem a todos, principalmente aos domésticos da fé” (v. 10), e no versículo 6 ele disse: “E o que está sendo instruído na palavra reparta de todos os seus bens com aquele que o instrui.” Está claro que o contexto aqui é semear o bem através das boas obras. A expressão “levai as cargas uns dos outros” (v.2) está intimamente ligada com a questão das nossas posses.


O Melhor Comentário do Salmo 37:3A. B. Simpson contou que John Wesley enviou certa vez uma carta a um ministro pobre. Ela continha as palavras confia no Senhor e faze o bem... e te alimentarás em segurança” (Sl. 37:3). Dentro da carta ele colocou também uma oferta em dinheiro mas nada falou sobre ela. Após receber a carta com a oferta, o tal ministro lhe respondeu: “Caro Sr. Wesley, como poderei agradecer o bastante por sua carta e dádiva? Tenho lido várias vezes este versículo e muitos comentários sobre ele, porém o seu foi o melhor comentário que já vi.” Não devemos esquecer, irmãos, do lado pratico da Palavra do Senhor (Tg 2:15, 16)

e) Nossos Motivos“Guardai-vos de fazer as vossas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles; de outra sorte não tereis recompensa junto de vosso Pai que está nos céus”(Mt 6:1). O Senhor vai recompensar principalmente o “motivo” que nos levou a fazer algo para Ele. Não apenas as boas obras que contam, mas também o motivo que nos levou a praticá-las. “O Senhor... trará à luz as coisas ocultas das trevas, mas também manifestará os desígnios dos corações; e então cada um receberá de Deus o seu louvor”(I Co 4:5). Deus concede a salvação não merecida, mas nunca o louvor não merecido. “A exaltação na Era Vindoura será na proporção do serviço humilde na Era Presente.” “Qualquer que entre vós quiser tornar-se grande, será esse o que vos sirva; e qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, será servo de todos” (Mc 10:43, 44).

f) Nosso Sofrimento“Bem-aventurados sereis quando os homens vos odiarem, e quando vos expulsarem da sua companhia, e vos injuriarem e rejeitarem o vosso nome como indigno, por causa do Filho do homem. Regozijai-vos nesse dia e exultai, porque eis que é grande o vosso galardão no céu” (Lc 6:22, 23). Esta foi a experiência de Moisés; ele teve “por maiores riquezas o opróbrio de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa” (Hb 11:26). Paulo foi provavelmente, aquele que melhor conheceu o valor do Prêmio e estas foram suas palavras: “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz a nós cada vez mais abundantemente um eterno peso de glória (II Co 4:17). Este mesmo princípio da recompensa, operou na vida do Senhor Jesus: “O qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz(Hb 12:2).

Nenhum discípulo sábio há de negligenciar tão grande volume de textos bíblicos ou lançar fora tão grande incentivo para a santidade. Nossa descoberta desta verdade no Tribunal de Cristo será tarde demais.

Prezado irmão em Cristo, medite nestas palavras com oração diante do Senhor. Cada palavra, pensamento ou ato nosso é como uma semente que lançamos no solo. Um dia a colheita surgirá: será ela linda ou alarmante? Por isso devemos semear no Espírito e não na carne. Devemos considerar seriamente estes quatro pontos: quando semeamos, o que semeamos,quando semeamos e o porque semeamos.

“OLHAI POR VÓS MESMOS, PARA QUE NÃO PERCAIS O FRUTO DO VOSSO TRABALHO, ANTES RECEBAI A PLENA RECOMPENSA” (II Jo 8).

fontes:
Extraído da Revista Palavra Profética, 1987

segunda-feira, 25 de julho de 2011

QUEM CONHECE AMA



“Lembrai-vos dos encarcerados como se preso com eles;
dos que sofrem maus tratos, como se, com efeito,
vós mesmos em pessoa fosseis os maltratados” (Hb 13.3).


Pink Floyd foi um grupo que fez muito sucesso nos anos
80. Seu líder, Roger Waters sempre foi conhecido pelo seu
temperamento forte e por suas “loucuras”. O filme “The Wall”,
produzido por ele é cheio de imagens psicodélicas, angustiantes,
e claramente rodado sob pesadas drogas alucinógenas. Até
agora, era essa a imagem que eu tinha dele. Porém, nesses
dias vim a conhecer um pouco de sua história. Nasceu na
Inglaterra em meio à 2ª Guerra Mundial, filho de um soldado
que não o viu nascer, enquanto servia na Itália junto ao exército
inglês. Para escapar dos bombardeios alemães sobre Londres,
sua mãe enviou o filho para um lugar seguro no interior onde
permaneceu com outras crianças até o final da guerra.


Alguns anos depois, quando fogos e festas anunciavam
o fim dos combates, os pais foram buscar seus filhos naquele
lugar. Aquele garoto viu seus amigos um a um serem levados,
menos ele. Seu pai não veio, e pela primeira vez teve a clara
consciência de que perdera o pai sem nunca tê-lo conhecido.
Sentiu-se abandonado e sozinho, e esse passou a ser um
tema obsessivo em suas canções. Waters tem passado a vida
procurando o pai ausente num mundo frio e inóspito.


Essa leitura que fiz me aproximou dele, mesmo sem
conhecê-lo. Quando nos aproximamos das pessoas, de seus
dramas e de suas histórias, nossa visão muda. Identificamos-
nos com elas. Descobrimos nelas companheiros de viagem.
Descobrimos também que se trata de garotos e garotas
assustados como nós, buscando um sentido no mundo,
convivendo com a nostalgia de um Pai ausente.


Há alguns dias recebi um telefonema do hospital onde
prestamos capelania. Queriam minha presença urgente
para falar com um paciente que estava muito revoltado e
descontrolado. Corri para lá, e quando entrei no quarto percebi
alguém de maquiagem forte e unhas pintadas. Era um travesti.
Apresentei-me, estendi-lhe a mão, perguntei seu nome, e disse
que estava ali para ouvi-lo e ajudá-lo. Após uma hora inteira de
conversa ele havia se acalmado e eu já conhecia um pouco da
vida do Edson (nome fictício), de sua família, seus temores e
sonhos, seu desvio da fé, as portas que lhe foram fechadas... já
não via mais alguém travestido do sexo oposto, porém um ser
humano digno, embora fragilizado, alguém como qualquer outro
buscando encontrar o centro do seu ser.


Quando nos aproximamos do outro em amor, desaparece
o que nos causava espanto, raiva, ódio, perplexidade, para dar
lugar à pessoa. Não é justamente isso que Jesus fez em todo o
seu ministério? Ao jovem rico que só pensava em sua fortuna,
Jesus “fitando-o, o amou” (Mc 10.21). Diante do Mestre já não
era mais uma “samaritana”, nem uma “mulher” junto ao poço,
mas uma pessoa que ele conhecia sua história e, a despeito de
seus erros, a amou.


Vivemos num mundo cercado de muros que nós mesmos
construímos. Jesus Cristo veio para quebrar as paredes
de separação para nos aproximar uns dos outros. Cristãos
deveriam também parar de erigir muros para construir pontes.
O Evangelho nos desafia: se amais os seus pares, seus
familiares, os que lhe são agradáveis, que recompensas tendes?
Aliás, não precisa ser cristão para amar os seus iguais.


Permanecer junto a quem nos é igual e fechar-se num
grupo, num partido – seja religioso, político ou étnico, é o
caminho mais fácil para desenvolver na alma um sentimento
de oposição, de medo, e é o estopim para um mecanismo de


defesa chamado “projeção”, que nada mais é que jogar sobre
o outro todas as mazelas indesejadas ou rejeitadas – mas não
admitidas – que estão presentes em nós.


Palestinos e judeus que vivem separados por um muro,
odeiam-se mutuamente. Árabes e judeus vivendo em Jerusalém
ou qualquer outra cidade do mundo, quando se conhecem,
vivem amistosamente sem animosidades.


A intolerância diante do pecador é uma das posturas mais
inadequadas que um cristão pode ter. Igreja que não ama
ao pecador abandonou sua principal missão. Não se trata de
condescender com o erro ou pecado, mas de colocar-se ao lado
e dizer: “sei como você se sente, porque conheço também meus
pecados e é justamente por causa deles que estou aqui; por
isso estarei ao seu lado se precisar de mim”.


–“Mas pastor, Jesus disse à pecadora para ela ir e não
pecar mais”. É verdade, só que isso é interpretado de duas
formas: para “nós” é um tratamento a longo prazo, onde Deus
vai nos tratando e curando ao longo da vida. Para o “outro” é
exigido que ele obedeça imediatamente, mesmo quando ele não
tem forças para isso.


Aproximar-se
das
pessoas,
ouvir
suas
histórias,
desenvolver empatia por elas, e colocar-se em humildade nas
mesma condições, permite que olhemos o mundo com os seus
olhos. Esta é a postura que Deus espera de nós! “Lembrai-vos
dos encarcerados como se preso com eles; dos que sofrem
maus tratos, como se, com efeito, vós mesmos em pessoa
fosseis os maltratados” (Hb 13.3).


Talvez nosso maior desafio seja o de conhecer o outro.
Enquanto são desconhecidos, eles nos assustam e são alvo de
nosso julgamento. Somos capazes de amar somente quando o
distante se faz próximo.


Olhei ao longe e vi um animal caído na estrada. Cheguei
mais perto e vi que era um ser humano. Abaixei-me e reconheci
o meu irmão.


Daniel Rocha, pastor
dadaro@uol.com.br