terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Convite para a Grande Ceia - por Mario Persona

Em menos de 24 horas mais de 500 pessoas já acessaram o "Convite para a Grande Ceia".

Muitas já tinham aceitado o convite antes de terem visto o vídeo, outras Deus sabe se aceitarão antes de o ano terminar. E você? O que está esperando?

Por Mário Persona



segunda-feira, 6 de maio de 2013

Uma vida de simplicidade



Uma vida de simplicidade

Jim Hohnberguer

“em vos converterdes e em sossegardes, está a vossa salvação;
na tranqüilidade e na confiança, está a vossa força.”
Isaías 30.15



Aquela convenção foi a maior que o mundo já viu. De cada canto da Terra vieram os delegados, os quais se viam preocupados porque, ao invés de Ter que destruir os concorrentes, eles mesmos corriam o risco de serem destruídos. Naquela noite, discursaria a estrela do evento, o seu extraordinário líder. Os delegados cochichavam uns com os outros, expressando repetidas vezes a esperança de que se ninguém fosse capaz de reverter aquela situação, o orador da noite era. 

Ele sempre fora seu líder. Mais que isso, ele era aquele a quem todos gostariam de imitar. Ele contava com o afeto e a lealdade de todos, e com o passar dos anos, tornara-se, em essência, o deus deles. Um aplauso ensurdecedor irrompeu quando ele apareceu diante de todos, tomando o seu lugar na plataforma. Ele contempla o mar de rosto erguidos, atentos, e como um político, se embevece com a provação da multidão. Ao diminuir a ovação, ele respira fundo e começa: 

“ – Escutem bem, seus demônios! Vocês não farão com que os cristãos deixem de freqüentar os cultos, pois eles continuarão a fazê-lo! Vocês não conseguirão evitar que eles se apeguem a suas doutrinas nem que façam suas orações. Eles continuarão a fazê-lo! Devemos mudar nossa tática, se quisermos continuar a Ter sucesso. 

A chave para isso é o tempo, meus amigos. Podemos deixar que eles continuem com suas doutrinas, suas orações e seus cultos, contanto que controlemos o tempo deles. O tempo é o ingrediente mais importante, pois se eles não tiverem tempo, nunca vão conseguir aquela conexão salvadora com ‘Jesus’!” disse ele, cuspindo rancorosamente ao pronunciar aquela última palavra. 

Satanás prosseguiu: “Deixem-os pensar que estão salvos enquanto controlamos o tempo deles, e eles serão tão nossos quanto aqueles que nunca puseram o pé em uma igreja. E como vamos fazer isso? Simples! Vamos mantê-los ocupados com coisas fúteis e inventar um sem-número de esquemas para ocupar a mente deles. Vamos incentivá-los a gastar, gastar e gastar, e então trabalhar, trabalhar e trabalhar para poderem pagar as contas. Vamos inundar a correspondência deles com catálogos cheios de ofertas tentadoras. A seguir, para que tenham como comprar, lhes encaminharemos ofertas irrecusáveis de cartões de crédito. 


Vamos ensinar- lhes que a felicidade vem de coisas, e vamos induzir os maridos a trabalharem 8, 10, 12 horas por dia, seis a sete dias por semana. Que tenham dois empregos, se preciso for. Façamos aparentar que é necessário que a esposa trabalhe fora. Vamos dizer-lhes que essa é a única saída, se quiserem manter o padrão social da família. Colocaremos, então, as esposas para trabalharem duro no emprego e em casa, de modo que elas não tenham mais energia para seus maridos e filhos. 

Vamos estimular a mente deles para que não consigam ouvir Jesus lhes falando à consciência. Bombardearemos seus sentidos com músicas, tocando nas casas, no trabalho, e nas lojas. Certifiquem-se de que as notícias ruins cheguem a eles onde quer que estejam. Para isso, usem jornais, revistas, rádios, TV e a internet, 24 horas por dia. 

Corromperemos a estrutura moral de seus casamentos e também dos jovens, colocando imagens sensuais que provoquem pensamentos impuros em cartazes, filmes, jornais, capas de revistas, e claro, na televisão. Usemos os programas de TV para que bem ali, nas salas de estar deles, haja um desfile dos mais perversos membros da sociedade. Faremos com que se alegrem com os mais sórdidos detalhes do comportamento imoral, até que comecem a ver o mal apenas como uma alternativa qualquer. 

Faremos também com que eles se divirtam com os entretenimentos, os problemas e a escória do mundo. Exibiremos detalhes de problemas dos ricos e famosos. Desviaremos a atenção deles das realidades sérias da vida por meio da vã esperança de ganhar na loteria, em sorteios ou cassinos. Encheremos suas estantes com livros, revistas, e mais livros. Isso significa tempo, e quanto mais tempo com tudo isso, menos tempo com Deus. 

Encheremos as casas deles com computadores, colocando-os numa rodovia eletrônica cujas saídas nós controlaremos. Mandaremos um monte de e-mails para eles, e os sufocaremos com lixo eletrônico e intermináveis informações. Vamos dar-lhes notebooks, de maneira que estarão sempre trabalhando. 

Que todos tenham uma pager, mesmo as crianças. Encham o dia deles com ligações telefônicas. Dêem para eles telefones sem fio e celulares, de maneira que seja fácil conversar o tempo todo. Certifiquem-se de que suas secretárias eletrônicas estejam reproduzindo todos os recados. 

Vamos preencher todo o tempo dos filhos com atividades, programas esportivos na escola e fora dela, dança, balé, clube de escotismo, outros clubes, aulas de música, festa de debutantes e outras festinhas. Vamos deixá-los estressados com muito dever de casa, independentemente da idade. Mandaremos as crianças menores para o jardim de infância e a pré- escola, de maneira que fiquem longe da influência dos pais. Deixem que eles levem, o tanto quanto possível, uma vida à parte da dos pais, de modo que quando se tornarem adolescentes, não tenham nada em comum com o papai e a mamãe. Vamos deixá-los tão estressados que eles não terão como não responder à nossa motivação para teram atividades sexuais, fumarem, beberem bebidas alcóolicas e usarem drogas, tudo como fuga ao estresse a eles infligido. 

Mesmo a recreação, façamos com que seja em excesso. Vamos mandá-los em viagens de férias das mais caras. Façamos com que vivam num ritmo frenético! Que eles voltem dos fins de semanas exaustos, inquietos e despreparados para retomar o ritmo normal da semana que se inicia. Não deixemos que tenham contato com a natureza. Ao invés disso, façamos com que freqüentem parques de diversões, os eventos esportivos, os concertos, os shows e o cinema. Que nosso slogan seja: ‘as férias os deixam cansados o bastante para que voltem a trabalhar e pobres o suficiente para que tenham que fazê-lo!’ 

Se eles conseguirem evitar essas armadilhas, usemos suas próprias igrejas contra eles. Vamos dar-lhes muitos serviços, muitas responsabilidades e problemas para resolver, com isso, o tempo será consumido em ‘boas obras’. Quando eles tiverem reuniões de congraçamento espiritual, vamos instigá-los a se envolverem com fofocas e conversas supérfluas, de modo que cheguem em casa com a consciência pesada, e as emoções perturbadas. Promovamos crise após crise na igreja deles para que estejam sempre tão ocupados ‘apagando incêndios’, que não tenham tempo de avivar a chama do evangelho no próprio coração. Vamos estimulá-los a estudar as doutrinas e a espalhar o evangelho. Que freqüentem seminários sobre liderança e grandes congressos sobre evangelismo. 

Deixemos o caminho desimpedido para grandes eventos interdenominacionais que promovam uma reforma. Façamos todo o possível para que eles finjam estar colocando a família e os valores familiares em primeiro lugar. Então vamos envolvê-los em assuntos sociais de importância, como o aborto. Deixem que eles levem um estilo de vida conservador, mas por favor, façam o que for necessário para evitar que eles venham para a Bíblia e para Deus como pecadores que precisam de salvação. Se eles fizerem isto, tudo está perdido. 

O tempo é a nossa arma mais poderosa e nosso melhor aliado, meus companheiros! Vamos usá-lo sabiamente e deixá-los dormir em seus equívocos por mais um pouco. Depois disso, tanto o mundo como a igreja serão nossos e teremos conquistado uma vitória eterna!” 

Com as mãos erguidas, Satanás conclama seus agentes: “ À vitória! À vitória! À vitória!” E não só eco, também os resultados dessa tenebrosa reunião chegam até nós, ainda hoje. 

Foi de fato uma grande convenção! Posso até não adivinhar todos os detalhes dessa reunião, mas você pode julgar os resultados. Os anjos caídos cumpriram com determinação as suas tarefas fazendo com que cristãos de todas as partes ficassem por demais ocupados correndo de um lado para o outro. Não estamos vivendo com simplicidade, amigos. Nossa vida é por demais congestionada. Todo o sistema está demasiadamente estimulado. Será que o inimigo teve sucesso com o seu esquema? O plano tem funcionado muito melhor do que os seus sonhos mais extravagantes. 

Satanás conseguiu fazer o mundo inteiro embarcar num trem ultra rápido. Dia após dia, esse trem vai viajando cada vez mais rápido, e ele não quer diminuir a velocidade para que ninguém consiga descer. Por mais de trinta anos de minha vida, eu estive a bordo desse trem, sem nem saber por que trilhos eu viajava. 

Com efeito, nós, humanos, somos incrivelmente inclinados a ignorar o óbvio. Apesar de compreendermos isso, seria necessário que houvesse uma extraordinária combinação das mais conhecidas áreas selvagens do mundo com um belíssimo lago para que deixássemos aquele trem. 

Trecho do livro "Fuga para Deus" de Jim Hohnberguer, editora CPB.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

EVANGELHO ANORMAL


Por Lee Grady

Meu mundo foi sacudido violentamente em Janeiro, quando dediquei algum tempo entrevistando líderes do movimento ilegal da "igreja nas casas" da China.

Durante cinco dias orei, louvei e participei de refeições simples com estes santos preciosos, a maioria dos quais passou anos solitários nas prisões comunistas pelo crime de pregarem o evangelho. À medida que eu ouvia seus relatos em primeira mão de milagres, e do tratamento cruel que receberam dos guardas policiais, senti como se tivesse encontrado pela primeira vez uma fé parecida com aquela que vemos no Novo Testamento. Quando retornei aos Estados Unidos comecei a imaginar se o que nós chamamos de cristianismo aqui tem alguma semelhança com o verdadeiro produto.

Uma líder me explicou que supervisiona 5.000 igrejas numa área rural. "Você é um bispo ou um apóstolo?" perguntei, tentando entender os termos que eles usam. "Nós não usamos títulos", a mulher me explicou. "Nós simplesmente nos chamamos de irmão e irmã."

Os 80 crentes que conheci são responsáveis por mais de 35 milhões de cristãos na China. Este é um número impressionante. Mas nenhum deles chegou ao nosso local de reunião numa limousine, nem qualquer um deles era seguido por um grupo de guarda-costas e publicitários. Muitas destas pessoas vivem como fugitivos, mas os seus rostos estavam radiantes de alegria.

O sr.Yu, que é o nome que vou usar para ele, é como o apóstolo Paulo da China. Ele viu pessoas ressuscitarem de entre os mortos, e uma vez ele viu Deus paralisando sobrenaturalmente um oficial do governo que ameaçava suspender uma reunião evangelística ao ar livre. Mas o sr.Yu não esperava nenhum tratamento especial ao passar algum tempo comigo e com seus colegas em Janeiro. Ele usava um simples camisa de manga curta, comeu o mesmo peixe com arroz que nós comemos, e comparecia para a oração como qualquer outra pessoa, antes de cada reunião.

Geralmente ele tomava seu assento no fundo da sala.

Estas pessoas choravam cada vez que orávamos pela China. Elas estavam dominadas por um sentimento de urgência espiritual. Muitos deles estão ansiosos por uma mudança política em seu país, não para que tenham liberdade para se mudarem para os Estados Unidos, ou para que possam comprar uma casa, mas para que possam enviar missionários para países muçulmanos vizinhos e fechados como o Cazaquistão ou o Uzbequistão.

Eu senti vergonha quando voltei para casa. A humildade dos meus novos amigos chineses expôs a realidade do meu orgulho. A sua fé infantil revelou o quanto eu confio na tecnologia, na educação e nos ídolos do materialismo ocidental. A sua contagiante paixão pelo cumprimento da Grande Comissão forçou-me a enxergar o meu autocentrismo.

Estou cheio do nosso ramo anormal e americanizado do cristianismo. É tão impotente quanto é letal. Depois de passar esse tempo com meus irmãos e irmãs da China, compreendi que muito do que vejo na igreja e até daquilo que publicamos na nossa revista (a revista norte-americana Charisma) dá náuseas para Deus.
Quão desesperadamente precisamos do Espírito Santo, nosso Refinador, para que venha nos despojar dos nossos títulos, nossas limousines, nossos lugares nas primeiras fileiras nos templos e nossas mensagens do tipo "que vantagem posso tirar para mim"! Precisamos voltar à simples humildade!

Que Deus nos guarde de algum dia exportarmos para outros países um evangelho adulterado e centrado no homem. Peçamos ao Refinador que envie seu fogo e destrua nossa escória de tal modo que possamos experimentar em nosso país um avivamento estilo chinês. O que eles têm é genuíno. O que temos aceitado é uma imitação barata.

Texto publicado na Charisma Magazine em FEV/2001. 

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Quantas versões da bíblia você tem?


Quantas versões da bíblia você tem?


Amados irmãos,
Difícil dizer o quanto esse vídeo me tocou. Ao assistir esse vídeo hoje pela manhã fui muito edificado e impactado pelo testemunho da igreja em Kymial. Valorizamos nós as tantas versões, paráfrases e interpretações, sem contar as traduções parciais, que temos na língua portuguesa? Percebemos o quão valoroso é o acesso que temos à Palavra escrita? Podemos à qualquer ora por qualquer preço (desde R$1,00, se não menos) comprar quantas bíblias quisermos e recebermos em casa ou buscarmos na loja, nada nos impede.



A intenção deste post não é incentivar vocês a comprarem mais e mais bíblias, não é movimentar comercialmente, a ideia é que tenhamos compromisso com A Palavra de Deus e com o Deus da Palavra, como diz o amado pastor Ciro Zibordi.
Amados, possamos nós aprender com esses irmãos a valorizar o preço que muitos mártires pagaram para que a Palavra escrita fosse guardada durante esses 20 séculos da História da Igreja, ou melhor, desde antes de Cristo pelos escribas e doutores da Lei.

O conteúdo da Bíblia é tanto extensivo como inclusivo; os dois aspectos principais desse conteúdo são verdade e vida. A verdade nos traz a revelação e o conhecimento de todas as realidades no universo, tais como a realidade de Deus, a realidade do homem, a realidade do universo, a realidade das coisas da era atual, da era vindoura e da era eterna e, em particular, a realidade do Cristo designado por Deus e da igreja escolhida por Ele. Vida é Deus vindo a nós a fim de ser nossa vida para que obtenhamos a regeneração, o crescimento, a transformação e a conformação à imagem de Cristo, que expressa Deus, para que nos tornemos a expressão de Deus.


Vivemos uma realidade onde pouco valorizamos a bíblia por sempre te-la conosco mas esse povo ao saber que receberiam bíblias traduzidas para sua língua fizeram uma grande festa. Existem lugares onde traduzir bíblias para a lingua de origem do povo é uma missão quase impossível mas Deus tem agido e operado maravilhas, veja esse vídeo e compartilhe com seus amigos e contatos. Essa missão é quase impossível, mas juntos nós podemos.
Convém lembrar que, se você recebe as postagens por email, deve acessar o blog para poder assistir o vídeo, clique aqui


Tradução feita pela missionaria Rosa Kidd que levou 15 anos aprendendo a língua. A tradução foi concluída em março de 2010. Kimyal se encontra em Korupun, no oeste de Papua, a tribo tem mais ou menos 4 mil habitantes onde 98%(3.920 pessoas) falam apenas a língua nativa de Kimyal.

Daniel Freire

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Terminologia convencional versus terminologia bíblica


Terminologia convencional versus terminologia bíblica
"Boa parte da confusão existente no testemunho cristão vem da terminologia que os teólogos criaram para simples verdades da Bíblia. F. B. Hole disse certa vez que a teologia moderna pegou muitos termos das Escrituras e os esvaziou de seu sentido bíblico, dando depois a esses termos significados inventados pelos homens para fundamentarem seus próprios sistemas teológicos. Quando comparamos essas ideias com a Palavra de Deus, vemos que elas estão distantes da verdade. IGREJA Um dos exemplos mais evidentes de como a terminologia convencional criou um novo sentido para um termo bíblico é "a igreja". A maioria dos cristãos usa este termo para se referir a um edifício, aonde os cristãos vão quando se congregam para adoração. Essas pessoas dizem "Vamos à igreja" ao se referirem à sua reunião nesse edifício. Todavia, a Bíblia nunca utiliza a palavra "igreja" desta maneira. A Bíblia fala da igreja [em Grego eclésia] como um grupo de pessoas redimidas que foram "chamadas para fora" de entre judeus e gentios, por meio de sua crença no evangelho. Essas pessoas compõem o corpo de Cristo e um dia irão reinar com Ele, como Sua noiva, sobre este mundo. A Bíblia mostra claramente que a igreja não é um edifício material, pois ela diz que Cristo amou a igreja e Se entregou à morte por ela (Ef 5:25-26). Fica claro que isso não poderia ser dito de um mero edifício construído por mãos humanas. A Palavra de Deus também nos diz que a igreja costumava ser encontrada na casa de algumas pessoas (Rm 16:5; 1 Co 16:19; Cl 4:15; Fl 2). Ela diz que a igreja tinha ouvidos para receber instrução (At 11:22, 26); que tinha poder de discernimento para saber a vontade do Senhor (At 15:22); que podia orar (At 12:5), ser saudada (Rm 16:5), e ser perseguida (At 8:1; 1 Co 15:9). A partir dessas referências é óbvio que a igreja é um grupo de pessoas salvas pela graça de Deus, e não um mero edifício de pedras e madeira. Uma irmã das Antilhas, que havia aprendido algo sobre a verdade da igreja, foi questionada pelo "Ministro" de uma denominação local da razão de ela não "ir mais à igreja". Sua resposta foi: "A única igreja que encontro na Bíblia é aquela que se lançou ao pescoço de Paulo e o beijou", referindo-se a Atos 20:37. Então, apontando para o edifício no final da rua, continuou: "Se aquela coisa ali se lançar ao meu pescoço, ela vai me matar!". Os cristãos também usam erroneamente este termo para descrever uma seita na igreja. Eles falam de alguém ser membro de uma igreja, quando o que querem dizer é ser membro de uma seita denominacional (ou não denominacional) na igreja. A verdade é que as Escrituras não falam de sermos membros de qualquer outra coisa que não seja o corpo de Cristo. Todo crente no Senhor Jesus Cristo é um membro desse corpo (1 Co 12:12, 27). Também ouvimos cristãos falando de pessoas "se afiliarem à igreja", quando estão se referindo na realidade a pessoas que se unem a uma seita na igreja. A. H. Rule disse certa vez: "A igreja não é uma associação à qual os homens podem voluntariamente se ligar, ou dela se desligarem conforme a sua vontade, como acontece no caso das seitas". A Bíblia não ensina que devemos "nos fazer membros" de uma igreja. Só existe uma igreja na Bíblia: a ela o Senhor (e não nós) acrescenta pessoas quando elas creem nEle para salvação (At 2:47; 5:14; 11:24; 1 Co 6:17). Uma vez perguntaram a um irmão, que entendia esta verdade, a que igreja ele pertencia. Ele respondeu: "Pertenço à igreja da qual ninguém é capaz de se fazer membro!" Evidentemente a pessoa que fez a pergunta ficou bastante surpresa, e indagou: "Então como vocês conseguem os novos membros?" Ele respondeu: "Ah, é o Senhor quem os acrescenta pelo Espírito quando são salvos, mas as pessoas não podem acrescentar-se a si mesmas por sua própria vontade" (1 Co 12:13). A única coisa à qual nos poderíamos "juntar", e deveríamos buscar fazê-lo, é à comunhão dos santos (At 9:26), mas não podemos fazer a nós mesmos membros da igreja. Há quem às vezes pergunte: "Quem é que dirige a sua igreja?". As pessoas pensam que vamos falar o nome de algum "Ministro". Todavia, a Cabeça da igreja mencionada na Bíblia está no céu – é o próprio Cristo! (Cl 1:18) Também costumamos ouvir pessoas dizendo: "Nossa igreja ensina tal e tal coisa..." Todavia, não existe qualquer pensamento na Palavra de Deus de que a igreja ensine alguma coisa. Tal ideia é totalmente humana. Se os homens criassem uma organização com certas doutrinas e credos formulados segundo o padrão de sua seita, as pessoas até que não estariam erradas se dissessem que aquela organização ensina. Mas uma organização de homens não é a igreja! A verdade é que a igreja não é um corpo legislativo que estabelece regras, leis e doutrinas. Ela não ensina, mas é ensinada! E isso é feito por indivíduos com dons que são levantados pelo próprio Cristo, a Cabeça da igreja, que está hoje ressuscitado no céu (At 11:26). SANTO Outro exemplo da confusa terminologia existente na cristandade é encontrado no significado da palavra "santo". Muitos cristãos pensam em um santo como alguém que vive ou viveu uma vida exemplar. Porém a Bíblia usa o termo para descrever todos os crentes – até mesmo aqueles em Corinto, que eram notórios por suas divisões e carnalidade (1 Co 3:1-4). Eles estavam associados ao mal moral (1 Co 5) e alguns professavam uma má doutrina que atacava os próprios fundamentos do cristianismo (1 Co 15). Não existe um grupo de cristãos na Bíblia que esteja numa situação mais precária, exceto talvez pelos gálatas. Mesmo assim, apesar de todo o fracasso deles, a Palavra de Deus chama os coríntios de "santos"! (1 Co 1:2) Com base nisso fica claro que a Bíblia define "santo" de um modo diferente daquele normalmente usado pelas pessoas nos dias de hoje. William Kelly disse que na mente da maioria das pessoas ser santo é ser algo mais do que um mero cristão. Mas, na realidade, o que acontece é que um cristão é algo mais do que um santo! Ele disse: "Muitos diriam que minha doutrina é estranha, por todos nesta região serem considerados cristãos, porém pouquíssimos em todo o mundo serem considerados santos – e talvez nenhum deles seja visto assim até chegar ao céu. Mas está muito claro – não há nada mais evidente – que um cristão é um santo, e muito mais que isso!". Santo é alguém "santificado". Ser santificado, posicionalmente falando, é ter sido "colocado à parte" ou "separado" por Deus para bênção. Isso acontece quando nascemos de novo. Aqueles que são nascidos de Deus foram colocados à parte ou separados da massa da humanidade que caminha rumo à destruição. Todos os crentes desde o início dos tempos são santos. Por isso podemos chamar de "santos" aqueles que viveram nos tempos do Antigo Testamento (Dt 33:3; 1 Sm 2:9; 2 Cr 6:41 etc.). Todavia eles não eram cristãos. Apenas os crentes a partir de Pentecostes e até o Arrebatamento estão nessa posição diante de Deus. Um "cristão" é alguém que creu "no evangelho da vossa salvação" e, por conseguinte, foi selado com o Espírito, tendo assim sido feito parte da igreja (Ef 1:13). Ele foi deste modo colocado em uma posição muito mais abençoada (estando ligado a Cristo, a Cabeça da igreja) do que um santo do Antigo Testamento. O cristão é um santo, mas é muito mais que isso – ele é membro do corpo de Cristo (1 Co 12:12-13) e filho de Deus (Rm 8:14-15; Gl 4:5-7; Ef 1:5). Estas são coisas que os santos do Antigo Testamento não eram. (Existe também a santificação prática, que tem a ver com o aperfeiçoamento da santidade na vida do crente – que significa tornar nossa vida praticamente consistente com nossa posição – Jo 17:17; 1 Ts 4:3-4; 5:23; Hb12:14; 2 Co 7:1). O espaço não permite que continuemos discorrendo e enumerando todos os diversos termos que são erroneamente usados por cristãos atualmente. Examinaremos alguns deles à medida que avançarmos com nosso tema." Trecho do livro "A ORDEM DE DEUS" de Bruce Anstey

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Por que nos reunimos assim?

Observação:

Este texto se trata de uma explanação aos irmãos sobre a maneira a qual nos reunimos, falando do fato de nos reunirmos apenas ao nome do Senhor, no fato da centralidade do Nome de Jesus.

Esse "assim" não se trata de liturgia, mesmo porque buscamos no Senhor que Ele nos dê graça e sensibilidade ao Espírito para nos reunirmos sem uma liturgia pré-estabelecida, que haja liberdade ao Espírito nos cultos, conforme Coríntios 14 (e enfatizo o verso 26).

Este texto também não se trata de um relato histórico do movimento que trouxe a restauração da centralidade do Nome de Cristo (O movimento dos irmãos de Plymouth), para conhecer mais sobre esse movimento (historicamente falando) recomendo http://www.irmaos.com e o livro Os Irmãos - Andrew Miller - para comprar clique aqui.


Em Cristo que nos faz um,

Daniel Freire



(Palestra proferida por J. R. Gill em uma conferência em Chicago, Estados Unidos, no ano de 1926).
Tenho o desejo,
 amados amigos cristãos, de tratar de um certo assunto que já conquistou a atenção de alguns de nós em uma ou duas reuniões recentemente, e gostaria de pedir a compreensão de alguém aqui que porventura já nos tenha ouvido tratar do mesmo assunto. Há aqui outras pessoas para quem o assunto é novo e creio ter a mente do Senhor ao voltar a tratar disso.

O assunto que tenho em mente é este: Por que nós, que estamos reunidos ao nome do Senhor, nos reunimos desta maneira? Por que o fazemos?

Fui criado naquilo que creio ser a verdade, e naquilo a que normalmente se referem como "a verdade". Posso me lembrar de meus tempos de infância quando meus pais costumavam me levar para um lugar diferente deste. Posso recordar com bastante clareza como costumávamos ir juntos à Igreja Episcopal - a Igreja da Inglaterra, como era chamada - e me lembro do efeito que aquilo produzia em minha mente juvenil; o tapete vermelho sobre o piso, os bancos de carvalho entalhados e os vitrais coloridos das janelas; o canto do coral, as majestosas entonações do órgão e outras coisas semelhantes. Eu aprovava tudo aquilo dentro da medida de compreensão de qualquer menino.



Depois de algum tempo fui levado a uma capela Batista, e aquela capela já era algo que eu não aprovava com a mesma facilidade. Parecia ser um lugar muito inferior comparado com Igreja da Inglaterra. Não tinha nada além das paredes caiadas, não havia vitrais coloridos e, que me lembre, nem mesmo um órgão e muito menos algum pregador eloquente. Não sabia a razão daquilo tudo; só que havia sido levado para ali.




Passou-se um intervalo de tempo depois daquilo, e acabei sendo encaminhado a um terceiro lugar. Tratava-se de uma sala no segundo andar de uma rua comercial na cidade de West Hartlepool, Inglaterra. Ali descobri umas vinte pessoas sentadas em bancos, com uma mesa no centro da sala. Para minha mente juvenil, aquilo parecia ser um estranho quebra-cabeça. Tudo era tão simples, tão primitivo. Não havia nenhum atrativo; e nem eu conseguia entender a razão de meus pais terem me levado ali.

De Acordo Com a Bíblia


Passaram-se alguns anos e, no devido tempo, acabei tomando meu lugar entre aquelas pessoas, crendo ser aquele o lugar certo para se estar. Mas mesmo então, se alguém tivesse me perguntado por que eu estava ali, eu teria tido uma grande dificuldade em dar uma resposta inteligente. Oh, se me interrogassem sobre o assunto, é bem capaz que eu dissesse que frequentava aquele lugar porque cria estar de acordo com a Bíblia. Mas isso não iria significar muito, não é mesmo? Quase todo mundo teria dado a mesma resposta. Um Presbiteriano, um Episcopal ou Metodista teria falado o mesmo; um Batista teria dito isto, e até mesmo um Adventista e os membros da, assim chamada, Ciência Cristã. Precisamos ter algo mais definido do que uma resposta como esta, como a razão para ocuparmos o lugar que ocupamos. Nós que estamos reunidos ao nome do Senhor Jesus nem sempre somos capazes de dar uma explicação inteligente e bíblica do assunto. Eu descobri que assim sucede. Será que é suficiente dizer: "Nós nos reunimos de uma maneira simples, como faziam os cristãos em Pentecostes"? Será que isto já explicaria tudo? Talvez, se não se dispusesse de muito tempo para explicar; mas para o bem de nossas almas, é bom que saibamos qual é o fundamento doutrinário sobre o qual nos apoiamos.

Quais são os princípios das Escrituras - as doutrinas envolvidas - as verdades de Deus ligadas à posição que ocupamos?

Não creio que tenha que pedir desculpas por tratar deste assunto, já que vivemos numa época em que tudo se encontra sob ataque. Não existe uma única coisa que não esteja sendo atacada - cada fundamento da fé - e é bom que nós que amamos o Senhor, e que procuramos conhecer qual é a vontade do Senhor, estejamos fortalecidos e edificados em nossa "santíssima fé" (Jd 20). Creio que, à medida que o Senhor me capacitar, gostaria de tratar deste assunto em três partes nesta tarde, conforme se seguem:

Em primeiro lugar, gostaria de sugerir que nós nos reunimos assim por causa da dignidade do nome do Senhor Jesus.

Segundo: Nós nos reunimos assim porque desejamos dar ao Espírito Santo o lugar que Lhe pertence.

Terceiro: Nós nos reunimos assim porque queremos obedecer a ordem das Escrituras que dizem, "Saiamos, pois, a Ele fora do arraial, levando o Seu vitupério" (Hb 13.13).

Quarto: Porque entendemos ser bíblico estar no terreno do um só corpo.

São estes os três subtítulos sob os quais desejo fazer algumas observações nesta tarde.

Que Nome Levamos?

Quanto ao primeiro - o nome para o qual nos reunimos: Que nome levamos? Se as pessoas perguntassem a você a que "igreja" você está ligado, o que responderia? Creio que alguns aqui já se sentiram embaraçados para responder a esta pergunta. Não há dúvida de que existem várias maneiras como esta pergunta poderia ser feita, mas porventura não é bom sermos bem claros sobre isto, ou seja, que reconhecemos somente o nome do Senhor Jesus Cristo? Nenhum outro nome. Alguns dirão: "Vocês são chamados 'Irmãos de Plymouth', não são?" O que você diria diante disto? Creio que alguém poderia dizer: "Sim; sim, somos chamados assim, mas não nos chamamos assim". Não podemos evitar que nos chamem desta maneira. O nome pelo qual nos chamamos é de santos de Deus, reconhecendo a dignidade do nome do Senhor Jesus Cristo, e reunidos a este nome.

Poderíamos ler algumas passagens das Escrituras que tratam deste ponto, começando, talvez, com Filipenses 2, versículos 8 ao 11:

"E, achado na forma de homem, humilhou-Se a Si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz. Por isso, também Deus O exaltou soberanamente, e Lhe deu um nome que é sobre todo o nome; para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai."
Vamos ver também o primeiro capítulo de Colossenses, versículos 15 a 18:

"O qual é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; porque nEle foram criadas todas as coisas que há nos céus e na Terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por Ele e para Ele. E Ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por Ele. E Ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência."

Podemos também voltar para o primeiro capítulo de Efésios enquanto tratamos desta linha de pensamento, nos versículos 20 e 21:

"Que manifestou em Cristo, ressuscitando-O dentre os mortos, e pondo-O à Sua direita nos céus. Acima de todo o principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo o nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro."

O Nome do Senhor Jesus

Este nome, portanto, conforme descobrimos, é único nos pensamentos de Deus. Não existe, na estima de Deus, nenhum outro nome como este. Ele permanece único, tanto agora como para sempre. Se abrirmos no livro de Apocalipse, iremos descobrir que não existe nenhum nome no céu maior do que este nome. As hostes angelicais são vistas ali se prostrando e adorando diante dAquele mesmo Ser bendito cujo nome é tão exaltado. O nome do Senhor Jesus, devo admitir, é digno de ser aceito como o centro de reunião. Trata-se de algo bendito estar em harmonia com o pensamento do céu a este respeito.

Os primeiros cristãos estavam reunidos nesse nome. Foi assim que passaram a ser chamados de "cristãos". Os crentes foram chamados cristãos pela primeira vez em Antioquia. O que significa o termo "cristão"? Significa um seguidor de Cristo. Porventura eles tinham outros nomes? Não, pois não existiam Batistas ou Presbiterianos ou Congregacionais naquele tempo. Eles eram chamados "os de Cristo" ou "seguidores de Cristo". Este era o único nome que estava associado a eles. E eles não adotaram nenhum outro nome e, queridos santos, trata-se de algo bendito não termos nenhum outro nome hoje.

Todavia, nossas convicções a este respeito são tanto positivas como negativas. Vamos abrir, por exemplo, em 1 Coríntios, onde vemos o outro lado da questão. "Porque a respeito de vós, irmãos meus, me foi comunicado pelos da família de Cloé que há contendas entre vós. Quero dizer com isto, que cada um de vós diz: Eu sou de Paulo, e eu de Apolo, e eu de Cefas, e eu de Cristo. Está Cristo dividido? foi Paulo crucificado por vós? ou fostes vós batizados em nome de Paulo?" (1 Co 1.11-13). Nenhum nome deve ser tomado como base para o sectarismo. Até mesmo o nome de Cristo não é para ser desvirtuado deste modo.

Nenhum Outro Nome

Podemos olhar também o terceiro capítulo desta mesma epístola, versículos 4 ao 7: "Porque, dizendo um: Eu sou de Paulo; e outro: Eu de Apolo; porventura não sois carnais? Pois quem é Paulo, e quem é Apolo, senão ministros pelos quais crestes, e conforme o que o Senhor deu a cada um? Eu plantei, Apolo regou; mas Deus deu o crescimento. Por isso, nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento". Estes versículos confirmam aquilo com que, creio eu, todos aqui estejam de acordo; ou seja, Que não existe autorização, segundo o pensamento de Deus, para se adotar qualquer outro nome além do nome de Cristo, e que não existe qualquer base bíblica para se adotar qualquer outro nome.

Além do mais, se você adota um outro nome, um dia terá que deixá-lo. Suponha que você adote para si qualquer nome que venha ao seu pensamento - por exemplo, um Irmão Plymouth. Você não poderá levar este nome para o céu. Por que? Porque não existe lá nenhum espaço reservado para os Irmãos Plymouth. Suponha que você se denomine um Congregacional. Terá que deixar isto também. Não existe uma vaga reservada para os Congregacionais, e quando chegarmos ao céu e conversarmos com os redimidos, como certamente o faremos, não iremos achar lá um sequer que se faça diferente dos outros por meio de algum nome sectário. Lá só haverá um nome: O nome do Senhor Jesus, o Centro de todos - o Centro do trono - o Cordeiro que um dia foi morto. Aquela Pessoa, e o Seu nome, irá representar tudo o que é glorioso e bendito ali; o Centro que irá atrair todos os olhares, e o Centro das afeições de cada coração será aquele Ser bendito.

Se é esta a vontade de Deus agora com respeito ao Seu Filho, e se é esta a vontade de todo o céu em um dia vindouro no que diz respeito ao Filho de Deus, não deveríamos nós também estar concordes com a estima que é assim depositada nEle, e renegarmos todos os outros nomes? Queridos santos de Deus, são estes os pensamentos que têm estado diante de nós.

Reunidos Ao Seu Nome

Gostaria de abrir também no capítulo 18 de Mateus, versículo 20. "Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em Meu nome, aí estou Eu no meio deles". Este versículo diz respeito ao assunto que estamos tratando. Fala do povo do Senhor estar reunido ao (ou para) o Seu nome. Que lugar bendito é este.

Repare, todavia, que existe uma responsabilidade associada a levar o nome do Senhor. Vamos voltar a Deuteronômio onde encontramos este pensamento apresentado de uma forma simples. Leia o capítulo 5, versículo 11 - apenas a primeira parte: "Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão". Estar reunido ao nome do Senhor Jesus não é simplesmente uma questão de usar tecnicamente o Seu nome. Acredito que exista o reconhecimento do que este nome envolve. Você não pensa o mesmo? Estar reunido para o Seu nome, envolve o reconhecimento do que este nome implica - o nome do Senhor Jesus Cristo - o reconhecimento do Seu Senhorio. Se alguém segue naquilo que é contrário à Sua Palavra e à Sua vontade, dificilmente se poderia chamar isso de estar reunido ao nome do Senhor Jesus Cristo! Estar reunido para o Seu nome envolve mais do que atuar mecanicamente. Existe nisto algo que atinge nossos corações e nossas consciências também. Deve existir o reconhecimento, na prática, do Senhorio de Cristo, a fim de que a verdade possa ser acompanhada do conteúdo que a torna válida. Nenhuma passagem das Escrituras nos autoriza a adotarmos qualquer outro nome além do nome do Senhor Jesus como o Centro para o Seu povo.

O Espírito de Deus

O segundo ponto de que falamos foi: Nos reunimos assim porque concedemos ao Espírito de Deus o lugar que Lhe pertence. Parece um modo estranho de se falar, não é mesmo? Algo de muito sério deve estar faltando para justificar o uso da expressão "conceder ao Espírito de Deus o Seu lugar"! Quem é o Espírito de Deus? A terceira Pessoa da Divindade. O fato de Ele ser normalmente mencionado como a terceira Pessoa da Divindade, não traz consigo nenhuma idéia de inferioridade. O Espírito de Deus é Deus. Não existe diferença de importância entre Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. O fato de cada uma destas Pessoas divinas ser divina, de cada uma delas ser Deus, traz consigo a impossibilidade de qualquer grau de comparação entre elas. Cada uma é uma Pessoa infinita. O Espírito de Deus está aqui na Terra. Em nossas reuniões de estudo vimos algumas passagens relacionadas ao Espírito de Deus.

Podemos voltar outra vez ao capítulo 14 do Evangelho de João, versículos 16 e 17: "E Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; o Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não O vê nem O conhece; mas vós O conheceis, porque habita convosco, e estará em vós".

Ele Me Glorificará

Agora podemos ler o capítulo 15, versículo 26: "Quando vier o Consolador, que Eu da parte do Pai vos hei de enviar, Aquele Espírito de verdade, que procede do Pai, Ele testificará de Mim". Também no capítulo 16, versículos 13 e 14: "Mas quando vier Aquele Espírito de verdade, Ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de Si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir. Ele Me glorificará, porque há de receber do que é Meu, e vo-lo há de anunciar". Estes versículos, e muitos outros que poderíamos ler, nos mostram que o Espírito de Deus está aqui na Terra.

O peso que isto tem não é suficientemente compreendido entre nós. Uma Pessoa Divina está aqui na Terra. Deus está aqui na Pessoa do Espírito Santo. Esta é uma verdade maravilhosa! Trata-se de uma verdade fundamental! Deus habita na Terra na forma do Espírito. Como tal Ele está aqui na Terra e para um propósito determinado. Que propósito é este? "Bem", talvez você diga, "Ele está aqui para convencer pecadores". Isto é verdade, sem dúvida nenhuma. Mas naquilo que diz respeito ao nosso tema nesta tarde, Ele está aqui para outro propósito. E qual é? Ele está aqui para tomar das coisas que são de Cristo, e mostrá-las para nós. Ele está aqui para glorificar a Cristo. É por esta razão que Ele está aqui. É este o Seu ofício.

Amados amigos cristãos, aqui vemos algo estranho a respeito da Bíblia. No Antigo Testamento podem ser encontradas as mais amplas instruções quanto a todos os cultos do povo terrenal de Deus. Cada ritual foi previsto. Tudo estava ligado aos sacrifícios; até as vestimentas dos sacerdotes; todos os vasos do santuário; tudo minuciosamente previsto de modo a não haver qualquer possibilidade de alguém cometer um erro, a menos que fosse por falta de cuidado.

O Espírito de Deus Está Aqui Para Guiar

Mas já que o Espírito Santo encontra-Se na Terra, você irá reparar como são poucas as instruções que temos quanto às cerimônias a serem celebradas pela Igreja. Onde é que encontramos instruções minuciosas quanto à maneira da assembléia proceder quando se reúne? Veja, por exemplo, a reunião que é tão preciosa aos nossos corações - o partimento do pão - a recordação da morte do Senhor. Onde está o capítulo que nos diz como devemos proceder? Não existe um tal capítulo. Não existe um versículo que nos diga que a reunião do partimento do pão deveria começar com um hino e que depois disso um irmão deveria se levantar e orar ao Senhor ou louvá-lo, e que então outro hino deveria ser dado, e que no final de trinta ou quarenta minutos os símbolos deveriam ser distribuídos, ou por quanto tempo mais a reunião deveria continuar. Por que razão não existe nenhuma passagem das Escrituras cobrindo estes pontos? Porque o Espírito de Deus está aqui para reger e conduzir tudo da maneira que Lhe agrade. (Estou apenas assinalando que não existem instruções escritas para estes detalhes. Não estou criticando o modo como é feito.) O Espírito de Deus está aqui para guiar e reger na Igreja, e Sua direção e regência na Igreja é feita com a finalidade de que Cristo seja glorificado. É este o Seu propósito - o objetivo que Ele tem em vista.

Bem, isto coloca diante de nós uma grande, importante e solene verdade. Na cristandade, de um modo geral, recusa-se conceder ao Espírito de Deus o Seu lugar. Onde na cristandade, nas denominações, encontro que esteja sendo concedido ao Espírito de Deus o lugar que Lhe é devido? Onde é que Ele pode guiar, dirigir ou reger (e é este o seu gracioso ofício) se algum homem está guiando e dirigindo e tem um programa já elaborado com antecedência? Se este já decidiu quais os hinos que serão cantado e quem deverá orar - onde entra, então, o Espírito de Deus nisso tudo? Isto é o que normalmente se faz, não é mesmo? Sim, é. Que lugar é dado para o Espírito de Deus? Nenhum.

Nos credos das igrejas ortodoxas - das igrejas evangélicas - há muitos cristãos (graças a Deus por eles), mas, no entanto, embora seus credos reconheçam a presença do Espírito Santo, na prática eles negam a Sua presença, pois suas cerimônias são efetuadas como se não existisse tal Pessoa. Seu credo O reconhece, mas na prática O negam. Esta é realmente uma condição triste. Mais do que isto. Algo está radicalmente errado nisso tudo. Amados santos de Deus, existe uma razão para nos reunirmos como fazemos. Desejamos dar ao Espírito de Deus o lugar que Lhe pertence.

Como O Espírito de Deus Quer

Agora, com relação a estes últimos comentários, vamos abrir em 1 Coríntios 12.4: "Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo". Versículo 7: "Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil". Versículo 11: "Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer". Não como o ministro quer, mas como o Espírito de Deus quer.

Vamos abrir também em 1 Coríntios 14.28-33: "Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja, e fale consigo mesmo, e com Deus. E falem dois ou três profetas, e os outros julguem. Mas, se a outro, que estiver assentado, for revelada alguma coisa, cale-se o primeiro. Porque todos podereis profetizar, uns depois dos outros; para que todos aprendam, e todos sejam consolados. E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas. Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos", e assim por diante.

Não tenho tempo para falar aqui das manifestações sobrenaturais, mas quero declarar que creio que elas cessaram e não têm lugar hoje na Igreja. Na Igreja o Espírito é Aquele que guia e rege. É a Sua vontade que deve ser obedecida, não a vontade do homem. Esta é uma das razões de nos reunirmos assim. Quando nos reunimos como uma assembléia, nos reunimos de maneira que o Espírito de Deus tenha espaço para agir por meio de quem Ele quiser.

Nenhum Programa Estabelecido

Quando nos reunimos, por exemplo, para recordar o Senhor na Sua morte, não temos nenhum programa estabelecido. Se algum irmão estiver selecionando um hino em sua casa, estará cometendo um erro. Não tem base bíblica para fazê-lo. E se outro irmão escolher de antemão algo que acha bonito para ler no final da reunião, estará cometendo um erro. Não se deve fazer assim. O Espírito de Deus deve ter a direção nestas coisas. Não sabemos quem irá distribuir os símbolos [o pão e o vinho]. Não sabemos quem irá sugerir um hino, ou quem irá se levantar e louvar a Deus. Não temos um programa. Não seria correto se o tivéssemos. O Espírito de Deus deve ser Aquele a dirigir conforme a Sua vontade na reunião da assembléia.

É adequado que nos reunamos e nos comportemos de um modo tal que o Espírito de Deus possa ter liberdade para agir por meio de quem Ele quiser. Na reunião de oração, não é conveniente que se convide um irmão a orar ou que se peça a outro que dê um determinado hino. Não; o Espírito de Deus é Quem deve fazê-lo. Não estou dizendo que tudo acontece com perfeição em nossas assembléias, pois somos falhos, e podemos ser lembrados disto de vez em quando, mas o terreno sobre o qual estamos, e os princípios que sustentamos são de Deus. Nos reunimos assim para dar espaço ao Seu Espírito.

Em Wales, há muitos anos, Evan Roberts reuniu, em um grande salão público, alguns milhares de pessoas que haviam sido salvas. Eles estavam ali para uma cerimônia especial naquele dia. O que havia de peculiar naquela ocasião era o fato de não ter sido preparado nenhum programa de antemão. Além disso, quando a congregação chegou e todos os assentos estavam ocupados e havia pessoas em pé até nos corredores e portas, todos observaram que no centro do salão havia uma cadeira vazia. Ninguém poderia se sentar naquela cadeira. Ela estava reservada, como um símbolo - um lembrete - de que o Espírito de Deus estava presente. Naquele dia o desejo de Evans Roberts, e creio que de outros fiéis também, era que não tivessem nenhum programa estabelecido, mas que o Espírito de Deus pudesse ter liberdade para dirigir e reger. Aquilo gerou muitos comentários. Houve até uma notícia no jornal sobre aquela experiência extraordinária - uma cerimônia sem um programa preestabelecido e sem um ministro! O dia passou alegremente, e com uma clara evidência da direção do Espírito. Podemos agradecer a Deus pelas convicções de fé de Evans Roberts e outros cristãos, mas por que não continuou sendo assim depois? É isto que nos dá o segundo motivo para nos reunirmos do modo como nos reunimos. Queremos dar ao Espírito de Deus o Seu lugar e ofício em nosso meio.

Sair a Ele Fora do Arraial

A terceira razão da qual falei foi esta: A questão de se sair a Ele fora do arraial. Abra no último capítulo de Hebreus para encontrar isto, versículos 10 a 14: "Temos um altar, de que não têm direito de comer os que servem ao tabernáculo. Porque os corpos dos animais cujo sangue é, pelo pecado, trazido pelo sumo sacerdote para o santuário, são queimados fora do arraial. E por isso também Jesus, para santificar o povo pelo Seu próprio sangue, padeceu fora da porta. Saiamos, pois, a Ele fora do arraial, levando o Seu vitupério. Porque não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a futura." Observe que estes versículos fazem parte da epístola aos Hebreus. Isto sugere que existe uma esfera judaica ligada ao que estamos observando. Jerusalém está diante de nós. Foi daquela cidade - daquela cidade religiosa - que o Senhor da glória foi expulso. Seu sangue foi derramado fora daquela cidade. Um novo centro foi estabelecido. A cruz de Cristo se torna agora um centro para a fé. Aquele lugar fora de Jerusalém, fora da organização religiosa, fala agora aos nossos corações que O conhecem.

Porque assim como Ele, em Quem todo o padrão judaico foi expresso e cumprido, morreu fora da cidade, é fora também que é estabelecido o altar do cristianismo. Não existe hoje nenhum outro altar. Estabelecer um altar em uma igreja é ridículo! É uma abominação! Estabelecer um altar em uma igreja hoje é sugerir que o único sacrifício de Cristo não é suficiente. "Temos um altar". A poderosa obra foi completada. Uma oferenda foi feita. A obra está terminada. Nada mais há para se acrescentar. O Calvário, aquele lugar onde o Rejeitado sangrou e morreu - aquele lugar cancela todos os altares terrenos.

O Que Significa "O Arraial"?

Falamos com frequência do "arraial", e talvez sem compreendermos completamente o que significa. Sem dúvida alguma, o "arraial", em sua aplicação estrita, nos fala do tabernáculo, e da condição dos filhos de Israel no deserto, embora aqui ele seja claramente aplicado a Jerusalém. Ele coloca diante de nós a religião organizada e terrena. Jerusalém e seu templo, o lugar divino de adoração, durante muito tempo levou o selo do favor de Deus, e os cristãos judeus tinham sido vagarosos em se desligarem daquele sistema no qual haviam sido criados desde a infância. Todavia, agora eles são exortados a sair.

Vocês já repararam, amados amigos cristãos, quão singular era o estado de coisas que existia aqui no final de Hebreus? Repare a data que é dada na tradução King James [versão inglesa da Bíblia]: 64 A.D. Trinta anos ou mais após o princípio do cristianismo, eles ainda são encontrados em Jerusalém - crentes - seguindo adiante com o judaísmo, seguindo adiante ainda com o templo e os sacrifícios que eram oferecidos no templo. Você há de concordar que aquilo era algo muito estranho! É evidente que sim, e talvez se eu e você tivéssemos vivido naquela época, não teríamos tido a paciência que Deus teve, mas Ele os suportou. Aqui já se haviam passado trinta anos e nós os vemos prosseguindo da mesma maneira, mantendo uma doutrina que misturava a graça e as obras. Isso não era nada diferente de se misturar água com óleo. Eles foram exortados a sair "...a Ele fora do arraial, levando o Seu vitupério".

Há certos pontos associados a este sistema que eu gostaria de tratar por alguns momentos. As características do arraial eram quatro. Primeiro, ele tinha um santuário terreno. (Originalmente era o tabernáculo; mais tarde foi o templo.)

Em segundo lugar, ele tinha uma ordem estabelecida de sacerdócio que se colocava entre Deus e os adoradores.

Terceiro, ele tinha uma congregação de adoradores composta de salvos e não salvos.

Quarto, todos eles juntos e coletivamente, estavam sob a lei para justiça. Estas quatro características marcavam o arraial.

O Santuário Terreno

"Bem", alguém poderá dizer, "isso tudo é judaísmo e já terminou, e Jerusalém foi destruída". Sim, sem dúvida isto é verdade, mas os princípios aqui estabelecidos continuam a existir. Uma condição paralela àquela ainda se apresenta para nós. O que quero dizer é que o santuário terreno ainda existe - grandes estruturas dedicadas ao, assim chamado, culto a Deus - mas Deus não habita em templos feitos por mãos humanas. Algumas destas estruturas são muito bonitas no que diz respeito à sua arquitetura e decoração. Mas são coisas que não têm valor aos olhos de Deus. Cristo está rejeitado e estamos no lugar da Sua rejeição, e somos chamados a seguir as Suas pegadas. A ostentação e a aparência exterior não é o que conta hoje.

Quanto ao sacerdócio, do mesmo modo como os judeus tinham um sistema de sacerdócio ordenado com o propósito de se colocar entre o povo e Deus, também em nossos dias não deixa de ser verdadeiro que a cristandade estabeleceu um sistema de sacerdócio ligado ao culto professo a Deus - homens ordenados por mãos humanas, para permanecerem entre os adoradores e Deus. Não é preciso irmos muito longe para encontrar isto. Trata-se de uma característica bem estabelecida nesta época da cristandade, como todos sabemos.

Quanto ao terceiro ponto - uma congregação mista de adoradores: não precisamo andar muito para encontrar isto. Será que é difícil encontrar uma congregação mista, composta por pessoas salvas e não salvas que professadamente se reúnem juntas para adorar a Deus? Não teríamos que ir muito longe para encontrar isto. É algo característico de nossa época.

Quanto ao quarto ponto - estar sob a lei para justiça, será que é difícil encontrarmos tal coisa? Não, não é. Isto também é comum ao nosso redor hoje em dia. Em muitas igrejas você descobrirá os dez mandamentos escritos sobre a parede, e as almas são ensinadas que para poderem chegar ao céu não basta crerem no Senhor Jesus, mas devem também guardar os dez mandamentos.

É Custoso Deixar o Arraial

Encontramos estas quatro coisas hoje e, em princípio, elas nos revelam o arraial. A Palavra de Deus é: "Saiamos, pois, a Ele fora do arraial". Não devemos pensar que este "saiamos" seja sempre uma questão fácil para aqules que estão no arraial. É custoso deixar o arraial. Trinta anos depois de terem recebido o cristianismo encontramos os cristãos hebreus sendo exortados a saírem do arraial. Você não acha que deve ter sido difícil para eles - o rompimento com os muitos vínculos e com amizades antigas? Todavia, por mais duro que fosse, a Palavra de Deus para eles era: "Saiamos, pois, a Ele fora do arraial". Procuremos nos solidarizar com aqueles que procedem assim hoje. Para alguns é fácil; para outros não, mas trata-se de uma senda de dificuldades e provações. As afeições naturais e os vínculos antigos prendem muitos ao sistema.

Em relação a isto, veja 2 Pedro 1.5-7: "E... à piedade o amor fraternal, e ao amor fraternal a caridade" - divino amor. Não basta ir só até o amor fraternal. O amor divino deve ser o poder propulsor.
"Levando o Seu vitupério." O vitupério está ligado ao lugar fora. Você já descobriu isto? Pergunte a um católico a que ele está ligado e ele lhe dirá que está ligado à Igreja Católica. Ele não se envergonha de dizer isto. Ele está no arraial e numa de suas partes maiores e principais. Suponha que eu esteja reunido ao nome do Senhor e alguém me pergunta a que estou ligado. Creio que não sou o único que sente uma certa medida de embaraço. Digo:

- Estou ligado a uma pequena reunião. - Que tipo de reunião? - Bem, uma reunião bem simples. - Que nome vocês têm? - Ora, não temos nenhum nome. - Nenhum nome? - Nenhum; bem, nós nos reunimos ao nome de Cristo. - Mas vocês devem ter algum outro nome... -Não, não temos.
Bem, ele irá pensar que sou um excêntrico, e depois de seguir por algum tempo falando acabará se convencendo de que é isto mesmo. "Aquele sujeito deve ser algum tipo de fanático religioso", sairá ele dizendo.

Existe vitupério ligado a isto. Nos faz cair no nível de estima dos que nos cercam. Isto faz parte de nossa herança. Trata-se de algo bendito - algo para se dar valor e apreciar - algo que trará consigo um galardão peculiar. Você não encontra este vitupério dentro do arraial, mas fora dele.

Um Só Corpo

Quarto. Cremos que é bíblico estar reunido sobre o terreno do um só corpo. Este é um assunto muito vasto para ser tratado em poucos minutos.

Efésios 4.4. "Há um só corpo." Esta é uma tremenda verdade! Uma verdade muito profunda! Uma verdade imensamente bendita! "Um só corpo". Não duzentos, como poderia apontar o relatório do censo dos Estados Unidos. Deus olha lá do céu e de todos os grupos de crentes sobre a Terra, nas várias associações e lugares que são encontrados, Ele não pode reconhecê-los, mas só dizer: "Há um só corpo". Quaisquer que sejam as associações em que estejam, todos os crentes constituem o um só corpo. Eles podem querer se denominar a si mesmos usando diferentes nomes. Muitos crentes podem ser encontrados entre os Presbiterianos, Batistas, Metodistas, Congregacionais, Episcopais, e não há dúvidas de que muitos são encontrados em outros lugares também, mas esses nomes não têm valor nenhum para Deus. A única coisa que Ele reconhece é que esses crentes são membros do um só corpo. Pertencem a este corpo. Esta é uma grande, uma enorme verdade, não é mesmo? A verdade de que nós, que por graça somos dEle, pertencemos a este um só corpo, e ao único corpo que existe. Não há nenhum outro. No céu isto será perfeitamente manifestado. Aqui não é muito bem manifestado. Somente o olho de Deus pode ver este um só corpo. Todavia, assim é. Há um só corpo.

Os cristãos no princípio se reuniam simplesmente por pertencerem ao um só corpo. Se eu e você tivéssemos estado em Éfeso na manhã do dia do Senhor e procurássemos por aqueles que reconheciam o nome ou a autoridade do Senhor Jesus, iríamos descobrir que as condições para que participássemos da comunhão estariam baseadas única e tão somente no fato de sermos ou não membros do um só corpo. Eles não nos levariam para um canto para perguntar qual seria nossa opinião sobre o batismo, sobre a verdade dispensacional, sobre a interpretação da profecia ou um monte de outras coisas sobre as quais os homens disputam, mas estariam ansiosos por saber se poderíamos distinta e definitivamente demonstrar que éramos membros do um só corpo - se éramos idôneos quanto à Pessoa e obra de Cristo. Se pudéssemos mostrar que éramos idôneos, seria somente com base nisto que seríamos recebidos entre eles, e somente com base nisto que tomaríamos dos símbolos [o pão e o vinho], pois é esta mesma verdade que os símbolos apresentam diante de nossos olhos. (Estou supondo, evidentemente, que nossa profissão verbal não estivesse em contradição com nossa vida.)

Um Pão

O pão sobre a mesa do Senhor nos fala não apenas da morte do Senhor Jesus, mas antes de ser partido ele fala da verdade de que somos um só corpo. Partimos aquele pão como membros do um só corpo e de nenhum outro modo.

Nosso tempo já se esgotou e não podemos falar muito mais sobre este assunto tão abrangente, mas apenas expressar em palavras que continua coerente com o ensino das Escrituras estar reunido sobre este amplo terreno, reconhecendo cada membro do corpo de Cristo sobre a Terra como um irmão ou irmã, e reconhecendo o direito, ou melhor dizendo, privilégio, de cada um como tal de recordar o Senhor conosco - de tomar daquele um só pão.

É necessário que se acrescente isto: Embora no princípio estes assuntos fossem bastante simples, hoje não são tão simples pois existem aqueles que se denominam cristãos mas que não são cristãos, e já não é suficiente aceitar apenas a palavra humana a este respeito. Hoje em dia todo tipo de pessoa se denomina cristão. É nosso dever descobrir se realmente é assim. Somos responsáveis por aqueles que recebemos, e esta responsabilidade não pode ser deixada sobre eles.

Creio que o que foi falado está em conformidade com a verdade, e se assim for, o Senhor irá tornar isto uma bênção aos nossos corações.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Podemos Acumular Tesouros Sobre a Terra?


Delcio Meireles : www.preciosasemente.com.br
Publicação no Preciosa Semente: 20/08/2009

 "Somos mordomos de Deus e tudo o que temos pertence a Ele".




A próxima pergunta que devemos encarar é: é certo acumular bens dinheiro? A luz do Novo Testamento a resposta é um enfático SIM! A Bíblia não condena a ninguém por ser rico. Uma pessoa pode receber uma herança e se tornar rica da noite para o dia. Mas a Bíblia tem muito a dizer sobre o que fazemos com nossos bens. Eis o ensinamento:



1. Somos despenseiros de Deus (1Co 4:1 e 2). Isso significa que tudo o que temos pertence a Ele e não a nós. A nossa responsabilidade é usar o dinheiro do Senhor para a glória dEle. O ensinamento de que os 90% são nossos para gastarmos como desejarmos, e os outros 10% são de Deus é uma interpretação errônea do caráter do "mordomo" no Novo Testamento. Tudo pertence ao Senhor!



2. Devemos estar contentes apenas com o alimento e roupa: "Tendo sustento e com nos vestir, estejamos com isso satisfeitos" (1Tm 6:8). Aqui a palavra "vestir" significa uma cobertura ou teto e pode se referir a qualquer tipo de abrigo ou vestimenta. Assim Paulo diz que devemos estar contentes com as necessidades da vida: alimento, roupa e moradia. E ao nos permitir ter uma moradia, nosso Senhor nos concede mais do que Ele mesmo teve quando viveu nesta terra, pois Ele não tinha "onde reclinar a cabeça" (Mt 8:20).


O cristão que possui algum negócio naturalmente precisará de um capital fixo e um capital de giro para continuar trabalhando. Ele precisa comprar a matéria prima, pagar seus empregados e cobrir as outras obrigações financeiras que se lhe apresentam dia a dia. Nada na Bíblia proíbe um cristão negociante de ter o capital necessário para a operação do seu negócio.



3. Devemos viver com economia o máximo que pudermos e evitar qualquer desperdício. Depois que Jesus alimentou quase 5 mil pessoas, Ele ordenou que Seus discípulos recolhessem o que havia sobrado (Jo 6:12). Seu exemplo nos ensina a economizar sempre. Temos a mania de comprar coisas desnecessárias, principalmente na época do Natal, quando gastamos uma pequena fortuna em presentes os quais são logo jogados num canto. Compramos coisas caras quando objetos mais baratos serviriam tanto quanto os outros. (Não é sempre verdade que a mercadoria mais barata resulta numa compra melhor. Precisamos observar o preço, a duração do produto, o tempo economizado, etc.). Precisamos nos disciplinar no sentido de resistir às tentações de comprar e adquirir tudo o que vemos e queremos. Precisamos desenvolver o hábito de viver sobriamente por amor do nosso amado Senhor e Salvador.



4. Todos os bens que ultrapassam as nossas necessidades devem ser colocados à disposição do Senhor e ao Seu serviço (1Tm 6:8). Lembre se: Tudo pertence a Ele e nós somos apenas os Seus mordomos. Nosso dever é levar avante a Sua causa aqui na terra o máximo que pudermos. Muitos cristãos acham que é imprudência usarmos na obra do Senhor o dinheiro que sobrou, depois de comprarmos alimento, roupa e moradia. Bem, nós temos um relato bíblico de uma pessoa que fez isso. Ela era viúva e deu suas duas moedas como oferta. Jesus não a reprovou: "Verdadeiramente vos digo que esta pobre viúva deu mais do que todos (os ricos). Porque todos estes deram como oferta daquilo que lhes sobrava; esta, porém, da sua pobreza deu tudo o que possuía, todo o seu sustento" (Lc 21:3,4).



5. Somos proibidos de ajuntar tesouros na terra. As palavras da Bíblia são claras e Inconfundíveis: "Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde os ladrões escavam e roubas; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde nem traça nem ferrugem corrói e onde os ladrões não escavam nem roubam; porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração" (Mt 6:19,20). Com relação à maioria de nós, estes versículos até parecem não existir na Bíblia. Cremos que Jesus disse estas palavras e que elas são inspiradas, mas achamos que elas não se referem a nós e por isso não as obedecemos. Assim, em relação a nós, é como se o Senhor Jesus nunca as tivesse falado.
No entanto, a verdade é esta: É PECADO ajuntar tesouros na terra. É diretamente oposto à Palavra de Deus. O que nós chamamos de prudência e previdência é, na realidade, rebelião e amor próprio. E ainda é verdade que onde nosso tesouro está, aí está também o nosso coração. Certa vez o Dr. Johnson foi levado para dar um passeio numa propriedade luxuosa. Ele passeou pela mansão e pelos jardins bem cuidados. Então se virou para seus amigos e disse: "São estas coisas que tornam difícil a um homem morrer".



6. Finalmente, temos que confiar em Deus para o nosso futuro. Deus chama o Seu povo para uma vida de fé, para uma vida de dependência nEle. Ele nos ensina a orar: "O pão nosso de cada dia dá-nos hoje" (Mt 6:11). Na dádiva do maná Ele nos ensina a confiar nEle diariamente para o suprimento de nossas necessidades (Ex 16:14-22). Ele próprio deve ser a nossa segurança; não devemos nos apoiar nas coisas inseguras deste mundo. Quanto à nossa vida amanhã, geralmente depositamos mais confiança nos irmãos que nos são chegados do que no próprio Senhor que prometeu não nos deixar nem nos abandonar (Hb 13:5).



Este é o desejo do Senhor para o Seu povo: que possamos entender que somos Seus mordomos e que tudo o que temos pertence a Ele; que devemos nos contentar com o necessário para a vida; que devemos viver economicamente o máximo possível; que devemos colocar tudo o que ultrapassa as nossas necessidades ao Seu serviço; que não devemos ajuntar tesouros na terra e que devemos confiar apenas nEle para os dias futuros. Amém.


Délcio Meireles
É permitido baixar este arquivo, copiar, imprimir e distribuir este material, desde que explicite a autoria e fonte do mesmo.